“Nossa história é sagrada, única, inédita; portanto, uma obra-prima de valor incomparável e inquestionável!”- Rugenia
Há exatos vinte e dois anos publicávamos o primeiro estudo brasileiro de Benchmarking de Capital Humano. E este ano, na edição de 2017, a PwC consolida resultados em People Analytics com uma amostra estável em número de empresas participantes, se comparada com os estudos dos três últimos anos (Figura 1):
124 empresas
10 segmentos de indústrias
1.677.465 empregados
27.023 empregados em RH
645 bi faturamento bruto (US$)
2,2 tri faturamento bruto (R$), equivalente a 36% do PIB brasileiro
A amostra identifica, ainda, que a concentração da geração Y (nascidos a partir de 1982) representa 54% do total de empregados, e já ocupa 30% das posições de liderança nas empresas, sendo 3% em liderança executiva.
É preciso considerar, também, o aumento da longevidade e o envelhecimento da população brasileira, o que exige reflexão por parte dos dirigentes das empresas e da sociedade, para que se encontrem formas e programas de aproveitamento de toda a sabedoria dos profissionais mais experientes, com maior nível de maturidade, em contraponto e complementaridade à energia e ao conhecimento da juventude.
No tema Diversidade e Inclusão, a média do mercado geral das empresas participantes foi de 65% no preenchimento da cota de PcDs; e mesmo considerando os diferentes projetos realizados para este fim, as empresas continuam com dificuldade para preencher a cota estabelecida por lei vigente.
Os desafios para a construção de ambientes corporativos que acolham e incluam a diversidade humana são ainda grandes, pois mesmo que o tema Diversidade e Inclusão seja um valor declarado, ou até mesmo prioridade para 87% das organizações, 42% dos entrevistados sentem que a falta de políticas de diversidade ainda é um entrave à carreira dos profissionais.
Por outro lado, para ampliar o entendimento dos cenários, observamos, em outra pesquisa também publicada em 2017 pela PwC ─ a 20ª Pesquisa Global de CEOs ─, que 60% destes estão repensando a função do RH, pois tem crescido a consciência sobre o real valor e importância das pessoas, sendo que confiança é considerado um valor essencial, em uma era tecnológica na qual as máquinas ganham cada vez mais espaço no ambiente de trabalho. Este estudo contou com 1.379 entrevistas em 79 países, e 2.900 questionários on line (Figura 2).
Na visão dos CEOs, solução de problemas e adaptabilidade são as competências com maior importância e estão entre as mais difíceis de serem encontradas, visto que não podem ser realizadas por máquinas. Como esses CEOs procuram por habilidades bastante específicas, a competição pelos melhores talentos é cada vez maior (Figura 3).
E se 93% dos CEOs consideram importante suas organizações terem um propósito corporativo forte, que refletirá em seus valores, cultura e comportamentos, tal fato nos oferece algumas pílulas de esperança e otimismo. Pois há muito, desde sempre, temos insistido sobre o impacto e as consequências da cultura organizacional nos resultados do trabalho, sejam eles financeiros ou sociais. A cultura impulsiona, amorna ou retém o ritmo corporativo; cria espaços para a invenção, ou aprisiona o desempenho operacional; promove a cooperação, ou estabelece barreiras entre as áreas.
Cultura tem a ver com a história, com a jornada ─ de cada um, de cada núcleo familiar, de cada organismo social, de cada organismo empresarial ─ na construção do legado, do propósito, nem sempre consciente. O processo de autoentendimento, de autoconhecimento tanto pessoal quanto coletivo é uma aventura inédita. Como viver, sem jamais desistir…
Como vale a pena!
Rugenia Pomi
CEO Sextante Brasil