“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível” – Sun Tzu – A Arte da Guerra.
Considerando-se que as organizações são representações do que acontece na sociedade, é possível afirmar que, nos dias atuais, local e mundialmente, há uma crise de liderança inspiradora e educadora, em todos os níveis; uma liderança fundamentada em ações éticas, colaborativas, inclusivas, que visem ao bem comum. Nos últimos 16 anos, o tema desenvolvimento de liderança está entre os 5 desafios críticos no Benchmarking de Capital Humano.
Focalizando o mundo empresarial, executivos de linha e de staff tem buscado incessante e obsessivamente gerar valor por meio da contribuição e produção humana. Esta é uma realidade, fundamentalmente, para a Gestão de RH, em qualquer organização, segmento de negócios, com fins lucrativos ou não. Para 2017, segundo a 20º Global CEO Survey, publicada pela PwC este ano, os CEOs que atuam no Brasil estão mais confiantes no crescimento de suas empresas. (Figura 1).
Talvez possamos hoje, mais do que em qualquer outro tempo, compreender o real valor da ação humana. É cada vez mais natural a consciência de que são as pessoas que constroem e sustentam as organizações, criam valor. É cada vez mais natural, também, a conexão entre qualidade de pessoas, qualidade de lideranças e sustentabilidade dos resultados financeiros e sociais das organizações.
Será que estamos conseguindo formar pessoas que contribuam social e eticamente, que construam relações de cidadania, uma sociedade mais humana, mais equilibrada, mais consciente de si mesma, de sua autorresponsabilidade como parte de todo um ecossistema?
Pudemos observar, no último Benchmarking de Capital Humano publicado, que tanto o tempo quanto o investimento em T&D sofreram redução. (Figura 2).
m um mundo economicamente globalizado, altamente competitivo, rápido, digital e volátil, de intensas transformações, de pressões por redução dos custos, por melhoria na qualidade dos bens e serviços produzidos, é imprescindível que as organizações tenham um profundo conhecimento de suas forças e fraquezas, assim como das de seus competidores, e ir além. Precisam conhecer as melhores práticas do mercado local, regional e internacional, não só do segmento de seu negócio, mas também do mercado em geral. Razões de sobra para buscar benchmarks, referências confiáveis para dar suporte às decisões estratégicas. Ter disponível um painel de informações inteligentes para gerir e criar valor, a partir das interpretações simultâneas e sincronizadas, é vital para a sobrevivência, a manutenção, o crescimento e a evolução das organizações.
A área de RH, como todas as demais áreas de um organismo empresarial, precisa compreender e se antecipar às necessidades de seus clientes internos, e trabalhar alinhada às estratégias dos negócios. Como centro de resultados, RH deve atuar no alinhamento com os gestores de negócios, compartilhando poder fundamentado na ética e na geração de resultados financeiros e sociais: construção de organizações saudáveis, geradoras de oportunidades de trabalho, espaços para a criatividade, a aprendizagem, o desenvolvimento técnico e humano e a efetiva contribuição social.
Cada vez mais, as lideranças de RH vêm dedicando tempo e recursos para conhecer e medir o desempenho de suas organizações, comparar seus resultados, identificar pontos de melhoria e empreender ações de transformação. Podemos observar o crescimento do número das empresas participantes do Benchmarking de Capital Humano nos últimos três anos: 100 empresas em 2014, 120 em 2015, e 129 empresas em 2016. Caminham na direção do ciclo virtuoso das Melhores Práticas, que gera mudanças significativas, estimulando a criatividade, identificando inovações tecnológicas, desenvolvendo pessoas que compartilham aprendizados, aprofundam a comunicação e criam valor para indivíduos e organizações.
Temos amadurecido no sentido de entender que processos de benchmarking constituem instrumento de primeira grandeza e necessidade para se orquestrar a sinfonia no mundo dos negócios: conhecer a si mesmo, conhecer a concorrência, conhecer o mercado geral, entender as melhores práticas em Gestão de Pessoas e, fundamentalmente, conhecer a própria força de trabalho. Tudo isso sem atravessar ou perder o compasso, o ritmo, a fluidez, a melodia, atuando em harmonia com o grandioso conjunto social!
Rugenia Pomi
CEO Sextante Brasil